4 anos

Alguns dias para ele completar quatro anos. Eu não consigo acreditar como o tempo passou tão rápido. Lembro nos mínimos detalhes os últimos dias que ele ainda fazia morada dentro de mim. Como eu tinha medo do desconhecido. Como aquela última semana foi crucial em minhas próximas escolhas. E como eu chorei aqueles últimos sete dias.

A tal da virada da lua aconteceu, e Pietro sempre ansioso, chegou duas semanas antes do combinado. Ele sabia que a mamãe estava pronta, e veio em um domingo à tarde.

Eu saí de casa muito feliz, chorando porque ali eu deixava uma Vivian que jamais encontraria outra vez. Voltei, sem saber de absolutamente nada, com um cabelo desgrenhado, exausta. Passamos por tantas coisas na gravidez que, eu só sabia que amava aquele bebê, só! Não precisei olhar para ele para sentir amor, eu amava sem conhecer, e sem saber o que fazer.

Foi libertador sair do meclin; comer sem preocupações; tomar iogurte, dormir sem aquela barriga imensa. Eu sempre pensei que, o parto seria doloroso, mas o depois é tão mais complicado. Educar, orientar, aceitar, calar, cansar, chorar, orar, brincar, correr, perdoar, sofrer, conversar… A lista é imensa e infinita.

A gente pensa sim no depois, mas é inatingível, não dá para mensurar como será. É o dia a dia, as experiências, o amor e a sua vontade que faz aquele pequeno ser sorrir, viver.

E cá estamos nós, quatro anos depois. Sigo aprendendo diariamente, sendo correta e totalmente errada. Eu falho, não serei perfeita. Sigo puxando Pietro pelo meu mundo, carregando nos braços, mostrando um pouco das verdades. Disponível, atenta, cansada, mas nunca esgotada, paciente e eterna aprendiz.

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